terça-feira, 5 de outubro de 2010

Rafael,

Verdade isso que você disse sobre o Mario Adnet. O fato dele ser responsável por bons trabalhos, além dos que faz com grandes nomes, já é motivo para certa visibilidade. Sou um exemplo de uma pessoa que desconhece sua obra. Minha relação com Mario é, apenas, através das coisas de Moacir.

Sim, sabemos que a visibilidade de uma Ivete é mesmo absurda, mas você tocou no assunto do show dela no Madison Square Garden e estava pensando nisso um tempo atrás. Achei uma bola fora. Não tenho qualquer ligação com sua música, mas não vejo nada de positivo em colocar um bando de brasileiros da grande maçã e redondezas num show lá, além dos vips da Globo e voos fretados daqui. Sinceramente, é um reconhecimento calculado, quase forjado, não? Ou estou falando besteira?

A meu ver, foi um show para brasileiros. Sim, no tal lugar que já recebeu artistas consagrados e blá blá blá. Não me convenceu. É diferente de um show aclamado pelo público local. Tem algo aí. Concordas? Não coloco aqui a música dela em questão, mas, sim, a manobra.

Não fui ver Mehldau, perdi. Meu pai, fã de jazz, foi e não curtiu tanto. Assim, gostou muito, mas achou longo e cansativo em alguns momentos. E eu entendo o ponto dele. Foi achando que seria um trio e assistiu 1h40 de piano solo. Sem contar que, de certa forma, o Irvin Mayfield ainda ecoava em sua cabeça, certamente. Fiquei sabendo que Mehldau tocou Martha, do primeiro de Tom Waits, dias antes, em SP. Deve ter sido especial.

Mehldau e seu repertório - a coisa de visitar Soundgarden, por exemplo - me lembra Vitor Araujo, aquele pianista jovem, que segue pelo mesmo caminho de reler seguidamente Chico e Radiohead. E fora isso, comporta-se como o Jamie Cullum, batucando no piano, ficando em pé no banco, vestido igual! Como se juntasse o repertório de Mehldau ao comportamento de Cullum. Venderam essa "originalidade" de Vitor na época. É meio enganar, não?

Abração,

F

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