terça-feira, 19 de julho de 2011

Fala, bro.

Então, Di Melo é sensacional. Me fisgou e deve me levar para um terreno que pouco exploro, justamente esse que você falou de Cassiano e Tim. E mais umas coisas desse soul brasil, com samba-rock, por aí. Sugere algo? Mas de volta ao álbum dele, aquela abertura com Kilariô foi arrebatadora - não tem como não balançar ali - e o disco segue muito bem. Tem até um tempero de Piazzolla em Sementes. Viu?

Aguardemos o documentário.

Isso me leva a pensar no benefício da internet: li a ótima matéria do Calbuque (clap clap clap para ele) e já tinha o disco minutos depois. Sim, você rebateu bem, mas não é muita coisa toda hora? O que me leva a responder sua pergunta: me sinto soterrado também, com muita coisa para ouvir e uma bagunça sempre precisando de arrumação. É muita música. E para nós, naturalmente melomanos, a busca é sem fim, cada vez mais. E vez ou outra, lembramos de algo que já ficou pra trás. Como agora lembrei da Maíra Freitas.

Você viu o novo do Mario Adnet? Saiu uma sequência do Jobim Jazz. Serei sincero, Tex, a minha primeira reação foi: pourra, de novo?

Veja bem, comprei o disquinho para o meu irmão, de presente de aniversário, e soou ótimo, classudo, de extremo bom gosto. Trabalho gráfico bonito. Mas tinha como não ser?, com os melhores músicos do ramo, a música do Tom e o toque do Adnet. Sinto que às vezes há uma coisa meio deja vú na música brasileira. Talvez seja o meu eu roqueiro, meio ranzinza, falando mais alto. Vou pegar o cd e jogar no iPod.

E o Seu Jorge? É chato? Ou carrega essa pecha meio injustamente?

Não ouvi o álbum novo, nem o anterior, não é uma coisa que eu consuma, mas, assim, gosto do Seu Jorge. Conheço os hits. Acho que ele tem seu valor. Apenas penso que aquele show com a Ana Carolina foi uma escorregada monumental para uma boa carreira. Manchou. Vejo o povo aí detonando o cara, mas Burguesinha e o novo Músicas para Churrasco são coerentes com São Gonça e aqueles temas do único - uma pena, vale dizer - disco do Farofa Carioca, embora o trabalho do grupo seja mais interessante.

Está no pós-obra? Já voltou a ouvir música?

E o novo do Chico?

Abração,

Nóimaier

ps.: uma lista sem Thriller e Sledgehammer não merece nem atenção. E ainda deve ter um Radiohead nas cabeças para completar.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Neumayer,

Vergonha máxima este atraso. Parece que estamos nos comunicando nos tempos das caravelas, com aqueles delays enormes -- culpa minha, óbvio. Na real, não tenho tido tempo sequer de ouvir música. Finda a obra, estou me mudando de volta pra casa, o que tem consumido meu tempo.

O que me remete à tarefa que cumpri no último fim de semana, de tirar todos os discos de dentro do armário e empilhar na mesa da sala, enquanto não chegam as torres de CDs que encomendei. Parafraseando Caetano em seu "quem lê tanta notícia?", digo eu: quem ouve tanta música? Rapaz, tem disco que nem saiu do plástico. A ideia é me livrar de pelo menos um terço, não sem antes jogar para um HD externo uma boa parte. Você aí também se sente soterrado em meio à sua discoteca?

Você viu a lista da New Music Express dos cem melhores clipes da História? Sei que lista serve pra ser detonada, mas, pombas, uma lista dessa sem Thriller, do Michael Jackson, e Sledgehammer, do Peter Gabriel, não existe. Ressalte-se: não é que eles estejam na lista, mas eu não concorde com as suas posições. Eles simplesmente não aparecem! E você, tem alguma listinha de clipes preferidos?

E o Di Melo, hein? Por onde o Imorrível andava, meu Deus? Um som por ali entre Tim Maia do início da carreira e Cassiano (mais Cassiano do que Tim, acho). Irresistível.

Tento me lembrar de algo novo ou interessante que tenha ouvido desde a sua última missiva, e a verdade é que não me vem nada além de Di Melo. Espero tirar o atraso depois que voltar pra casa.

Na próxima correspondência, levanta uma bola que eu corto. Mas tá difícil te apresentar alguma novidade.

Bração,

Rafa