terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nobre,

Cats foi chato. Huumm... Me corrijo: Cats é chato. Acho que esgotei minha cota de Andrew Lloyd Webber. Quando vi O Fantasma da Ópera, anos atrás, achei um barato, grandioso, magnânimo e tals. Hoje, com alguns musicais nas costas (não muitos, hein!), relembro e a única coisa que me inspira é um bocejo. No caso de Cats, é uma pena, porque é muito talento direcionado para uma coisa... chata. O elenco canta e dança que é uma barbaridade. A direção de cena é impecável, o cenário é luxuoso, a iluminação é precisa. O que não funciona é o que antecede tudo isso, ou seja... Andrew Lloyd Webber. A história é inexistente, as músicas são banais. Pfui... Mas, o que se há de fazer?, o musical está em cartaz há quase 30 anos. Alguém vai me apedrejar já, já, por dizer essas barbaridades. Miau!

Jazz Orchestra of the Concertgebouw foi ducaralho, com todo o ensemble que faltou a Irvin Mayfield (questão de estilo, não de melhor ou pior). Tocaram até Ivan Lins no bis. Pena que você não pôde ir.

Você me pergunta sobre trilhas de filmes. Não sou um pesquisador, não conheço nada a fundo -- o que é uma pena, porque há compositores soberbos nesta área --, mas gosto de algumas coisas. Uma grande trilha que roda de vez em quando no iPod é a de Ascensor para o Cadafalso, ótimo suspense de Louis Malle. A música é de Miles Davis, que a gravou com músicos franceses e com o baterista Kenny Clarke. Mas a que roda mais é a de A Firma, outro bom suspense, estrelado por Tom Cruise (talvez o último realmente bom filme feito por ele). O disco intercala músicas incidentais (dispensáveis) com faixas apenas com o piano de Dave Grusin.

Falei em iPod, e o meu anda negro como as asas da graúna. Ben L'Oncle Soul, que você me apresentou, rola sempre. Raphael Saadiq, Mayer Hawthorne também. Na semana passada, descobri Aloe Blacc. Manja? Segue na linha dos citados, bebendo forte nos heróis do soul e do rhythm and blues. Me fisgou, embora não saiba se na mesma medida que L'Oncle Soul, por exemplo. O que me chama a atenção, independentemente disso, é a onda vintage em que esses caras surfam -- inclusive nos vídeos, busque algo do Aloe Blacc no Youtube para entender o que estou dizendo. A música negra americana chegou a uma encruzilhada nos últimos anos em que o caminho era fazer babas de amor que matariam qualquer diabético ou fazer cara de mau, deixar o elástico da cueca aparecendo e recitar proibidões. Pombas, esses caras, L'Oncle Soul, Saadiq, Hawthorne, Blacc, todos eles cantam! Sabe lá o que é isso, hoje em dia?

Susan Boyle te manda um beijo,

Rafael, candidato ao America's Got Talent

Nenhum comentário:

Postar um comentário