quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Marujo Teixeira,

Sim, não sei o motivo da demora para bater à porta dos Stones. Na verdade, ok, acho que nunca entendi muito bem Keith Richards e Mick Jagger. Bobeira. Bobeira minha. Coisa de... maturidade, talvez; mesmo que os Stones tenham uma urgência jovial na música e na perfomance. E, mais, nunca entendi a coisa black que associavam ao som. Eu estava completamente errado. Depois do Exile, sim, tudo mudou. Há uma diferença entre ouvir música e ouvir, de fato, a música. Foi assim quando entrou Tumbling Dice. Claro que já havia escutado, mas lembro da cena que bateu: eu coloquei o cd e fui fazer aquelas coisas que normalmente fazemos antes de sair de casa. Na hora de Tumbling Dice, eu estava escovando os dentes e aquele coro negro (got to roll me...) me fez desligar a torneira e ir até o quarto, devagar, com a boca cheia de pasta e a escova na mão, em estado de choque.

Tudo mudou. Escutei, sem exagero, a mesma música o dia inteiro durante uma semana.

Hoje consigo até entender quando colocam na roda Stones vs. Beatles, o que era inaceitável pra mim. Claro, não existe melhor, isso é infantil, mas gosto dessas discussões. Mick Jagger e sua turma chegam em um lugar que os fab four não passam muito perto. E o molho de música soul e black é fundamental para isso.

Gosto da resposta que o Dapieve deu lá no blog. Foi uma ótima saída.

Eu: Beatles e Stones. O que um tem que o outro não?

Ele: Os Beatles tinham o dom da criatividade infinita (enquanto durou). Os Stones têm o dom da vida eterna. Se fôssemos escolher entre os dons, qual escolheríamos?

Você falou de dança e meu conhecimento é perto do zero. Dois anos atrás, não lembro exatamente, fui ver o Parsons Dance no Municipal e saí de lá amarradão. No grupo que fui, todos falavam sobre o tal número do voo, que é de uma sacada impressionante, você sabe? Tudo se apaga e ele salta pelo palco, acionando um flash de luz na hora do pulo. Ou seja, temos a sensação realmente do voo. É um número tradicional dele, mas eu desconhecia e viajei naquilo. Teve algo de jazz em um dos números e um outro com uma ótima da Dave Matthews Band. Concordo com você, dança sem música pode faltar... música.

Não vi Corinne, mas quase fui, tinha ingresso. Aquela chuva que caiu me tirou do programa de atravessar a cidade, uma pena. Acho o som dela interessante, e ao vivo deve crescer, ficar melhor, mais vivo. Vem Norah Jones aí, né. Meu pai ligou hoje cedo para irmos. Ouvi algo do último, onde ela tentou outro caminho, e gostei. E gostei também, na época, do segundo ou terceiro - não vou ao Google agora -, era um de capa amarela.

Andei para trás no nosso estudo do soul. Otis Redding não para de tocar. E Sam Cooke vem atrás, colado. E aí?

Abração,

Ferdinando da Costa, capitão-de-fragata.

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