sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Comandante,

Não me entenda mal -- eu gosto de Los Hermanos. O meu problema é mais com a plateia do que com a banda, mais com o entorno do que com a música. Nunca alcancei aquele idolatria, e já me peguei várias vezes me perguntando se o problema era comigo. Fui a dois shows dos caras, e não entedia aquela comoção, as pessoas se comportando como se estivessem diante, sei lá, de um grupo de santos milagreiros barbados. Lembro-me do show do Radiohead, que eles abriram (antes do ótimo Kraftwerk, que faria o segundo show de abertura). Vi muita gente indo embora da Apoteose ao fim dos Hermanos! Nenhuma curiosidade, mínima que seja, em ver as bandas que viriam depois? Nem mesmo para justificar o (alto) preço pago pelo ingresso? Não entra na minha cabeça. Mas reconheço que é bom, e que eles fizeram bons discos (mas ainda prefiro Bloco a Ventura).

Voltando a Miles Davis, fusion nunca foi exatamente a minha praia preferida entre as várias do jazz, mas gosto de frequentar de vez em quando. Do fusion mais moderno, me agrada The Bad Plus, sobre o qual já falamos. Mas é a tal história: nada de colocar pra tocar e ir fazer café ou colocar roupa no varal. Não é música ambiente. É para ouvir com tudo. Bitches Brew, da primeira vez que escutei, me causou estranheza. Foram algumas audições até entender, na medida em que é possível entender aquela revolução. Escute e me diga.

Fui na sua e ouvi Cee Lo Green. Ducaralho. Fuck You é hit certeiro, no nível de Crazy. De modo que poderia até começar por ele a minha lista de top 15. Mas vou pensar melhor e te mando os meus na próxima correspondência. Aguardo o seu.

Bração,

R.

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