segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cato,

Faz total sentido a história de Cee Lo e Ben L'Oncle Soul. Concordo que Ben olhe mais para trás do que Cee Lo. Na verdade, acho que são duas maneiras de olhar para o passado, e você resumiu aí muito bem. The Lady Killer soa mais modernoso, né? Enquanto, Ben, apesar de atual, remete mais aos gigantes do passado. E o Mayer Hawthorne? Acho que fica no meio do caminho, mesmo que a sonoridade seja vintage. Não perco o show dele, mas o de Amy talvez eu passe. Mesmo com a abertura de luxo de Janelle. A Arena é muito distante para um show num dia de semana.

Você pergunta das caixas. Não sei sinceramente de onde vem a onda diante da crise instalada, ou melhor, chega da palavra crise, mas diante da nova realidade, digamos. Gosto da coisa das caixas, pelo colecionismo. Curiosamente não tenho quase nenhum item desse, o que lamento. Lembra aquela do Milton? Belíssima. Tenho uma de mini-LPs do Zeppelin que é incrível - e não sai lá de casa!

No momento roda Feito pra Acabar. Assim como fiz com o Arcade Fire, deixei minha implicância com o hype de lado e fui atrás de Marcelo Jeneci e seu cd de estreia. Vou te dizer, meu amigo, tem algo. Escutei o cd durante o fim de semana e há uma coisa bonita no ar. Eu diria que a maioria das músicas me fisgou, mesmo. Uma outra parte não bateu tanto, principalmente umas que pisam no rock. As composições são boas e os arranjos, com muito uso de cordas, são muito bons - vi que alguns são de André Mehmari.

Confira Quarto de Dormir no YouTube. A versão de estúdio mesmo, daquelas postadas com uma imagem estática. Vale. Agora, ele é muito bom e ponto. Deixemos de lado a coisa de que o cara está salvando algo ou o uso da palavra gênio.

Vou na Modern Sound pegar um cd de recordação, já que 30% de desconto não faz nem cócegas no preço deles, que aliás, pra mim, sempre foi uma barreira. Sempre muito cara e, assim, contribuiu muito pouco para as minhas estantes de cds. Ultimamente eu vinha garimpando bons LPs lá no Bistrô Musical que, aliás, fiquei sabendo ter sido saqueado por um comprador de SP, que levou tudo (!).

Mas tenho boas memórias de lá, gostava de ir à loja pela coisa do templo, do ambiente, da história e do jazz que rolava aos sábados. Quando eu comecei a comprar meus cds, pouco mais de dez anos atrás, fiquei pirado com um quarteto de cello que tocava Metallica. Falei com meu pai que disse: "filho, vou te levar numa loja em Copacabana que tem tudo, morei com a sua mãe quando nos casamos no prédio em cima e a loja era pequenina. Hoje é enorme."

E tinha o tal cd. É a memória que fica forte pra mim. Depois comprei pouca coisa ao longo dos anos, apesar de frequentar. Sem dúvida, perdemos. É uma pena aquele espaço fechar.

Abração,

Clouseau

PS1: na próxima carta mando minha lista dos 15 momentos de 2010.

PS2: esse Michael's Vision deve ser demais, mas ando um pouco saturado de MJ, apesar de fã do cara.

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