quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Fala, Tex.

Estamos de volta. E esses intervalos são bons também.

Então, Gal e Caetano... Sempre fico com pé atrás com cds que já nascem totalmente hypados, talvez fosse melhor não ter muito contato com a websfera e apenas saber que tem disco novo, de dois gigantes, na praça. Talvez isso me ajudasse a pegar mais leve. Mas como não tem jeito, vamos lá. Li uma coisa aqui, outra ali, e despertou minha curiosidade o que falavam sobre Miami Maculelê. Fui no youtube e achei sofrível. Musicalmente ruim. Na hora, fui no gtalk, e perguntei para você e mais duas amigas (muito mais ligadas à mpb que eu e ao passado dos dois) o que achavam. Você ainda não tinha ouvido. Uma me respondeu algo do tipo "é ruim, mas acho importante ser feito" e a outra disse que eu raciocinava muito em cima do que escutava.

Não sei se concordo com a primeira e a segunda, de certa forma, me fez pensar nisso: penso muito sobre o que escuto? Talvez sim. Mas uma coisa como Miami Maculelê me incomoda mesmo. Um encontro de Gal e Caetano flertando com funk, com bases do Kassin, é prato cheio pra todo mundo dizer que gosta para ser cool. E mais: as pessoas têm medo de não gostar. Então é mais fácil gostar mesmo e um abraço. Na sequência, busquei mais duas: Recanto Escuro e Neguinho. Achei coisa boa ali. 

Admiro quem tenta se reinventar, mas não sei se concordo que uma reinvenção ruim é melhor que uma tradição boa e certeira. Não vamos usar o termo mesmice porque é pejorativo. Mas talvez um disco da Gal, com inéditas do Caê, mais orgânico, com cordas, sopros e menos eletrônico, fizesse a minha cabeça. Mas aí Caetano não estaria dando mais um passo em sua conexão com os jovens cool que gostaram dos dois últimos dele. E aí chego na mesma dúvida que você: de quem é o cd? Da Gal com o Caetano? Ou do Caetano com a Gal? 

Pulando de faixa: Adele merece atenção. Comprei o DVD mês passado e é impressionante como ela domina o palco... do Royal Albert Hall (!). Não é para muitos, a menina é boa. Canta muito, tem charme, fala (até além da conta) com a plateia, comanda o show com estilo e maturidade e cresce ao vivo. Rolling in the Deep é na mosca. Set Fire to the Rain também. E como você disse: ela tem uma risada que fascina.

Ontem me peguei com umas mp3s do Michael Kiwanuka novas, de coisas que saíram aí há pouco tempo. O cd dele sai entre março e abril e já aguardo ansiosamente, pois acho que será um dos álbuns do ano. Eu brinquei lá no email que tinha tempo que não aparecia um desses. Posso ter exagerado, mas explico: ele não é retrô (Saadiq); não é açucarado (Maxwell); não é espalhafatoso e com vocais negroides (Cee Lo); não é ensolarado e divertido (Mayer) e nem modernão (Jamie Lidell). E mais, foge do que todos esses aí buscam: o groove, o batidão, uma super banda de black music por trás. O Kiwanuka é capaz de sentar com o violão na sua frente e te arrebentar. Não sei, mas vejo mais feeling, vejo a música vindo mais lá de dentro, sabe?

Não que buscar o groove seja demérito. Não que eu não valorize os que citei; pelo contrário, escuto e gosto muito de todos. Só acho Kiwanuka busca outro caminho, outra abordagem. Eu vejo até Clube da Esquina ali dentro. E isso me fisgou.

E Roger Waters? Será meu primeiro, não vejo a hora.

Abração e vambora, 

Neuma

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