quarta-feira, 20 de abril de 2011

Fala, Rafa,

Então, chega de U2, né? Nem sei também de onde veio essa minha coisa com eles, mesmo que sempre tenha admirado. Acho que é uma lua-de-mel depois de ver o U2 3D e ficar amarradão na coisa mega. Sim, concordo, acho que isso é parte do que o U2 é -- o 3D, o Bono e suas boas ações bla bla bla. Só discordo quanto ao disco da virada ser o Achtung. Acho que o jogo começou a mudar mesmo no Joshua Tree, mas vamos em frente. E concordo que o último disco com canções de apelo foi All That You Can't Leave Behind.

Você fala de Keith Jarrett e também não conheço nada. Sei apenas que o disco Köln Concert é considerado um clássico dos clássicos. No mais: aquela viagem dele no show do Miles, na Ilha de Wight, é fantástica. Ele detona, entra num transe. Agora, vamos lá, eu li sobre o show no Segundo Caderno e essa coisa de ser SÓ o piano me assusta um pouco, ainda. Não sei se estou preparado. Como em um ritual de passagem. Assim como não estava para o Mehldau, que Jarrett esculhamba, sem ética, na matéria. Você viu?

Fosse o concerto em um formato de trio, eu teria me animado. É aquela coisa: ou você entra no modus operandi dele ou achará uma coisa insuportável. Fiquei em casa para evitar uma possível primeira impressão equivocada, pois sei que o cara é um monstro. Imagino que tenha sido mesmo emocionante para quem embarcou, como você disse.

Roxette é legal, aquele pop bem embalado. Seria bom ver um show no melhor esquema greatest hits.

O BMW vem aí! A turma que está puxando o festival dispensa comentários. E ainda descobri dois artistas no line-up do festival que me fisgaram. Primeiro, Tord Gustavsen, pianista norueguês, que vem com o seu trio. Escutei coisas soltas no youtube -- o novo rádio -- e fiquei maravilhado. É de uma calma, de um lirismo que me conquistou. O outro é o francês Renaud Garcia-Fons, que toca um contrabaixo de cinco cordas, algumas vezes com arco, e mistura seu jazz com flamenco, música latina e erudita. Ótimas surpresas. Não deixe de catar.

Marcus Miller é um dos meus heróis.

Ontem, nessas andanças pela web, descobri Lorez Alexandria, cantora norte-americana, que gravou regularmente entre 57 e 64, quando lançou seu mais expressivo álbum, Lorez Alexandria The Great, pela Impulse. Nesse disco, um repertório que não tem como dar errado: My One and Only Love, Over The Rainbow, Satin Doll, I've Grown Accostumated to His Face... Ela só voltou a gravar em 77 e acho que isso foi determinante para o seu esquecimento. Na verdade, pouco conheço ainda, apenas li algo na wikipedia e allmusic.

Vamos fazer essa troca. Lorez Alexandria pela filha do Martinho, e falamos na sequência.

O que dizer de Collapse Into Now? Um discaço, com ingredientes do que o REM sempre foi, imagino. Estão lá os (ótimos) rocks mais urgentes e as baladas com aqueles bandolins no fundo e a voz -- que voz! -- de Michael Stipe. Essa segunda leva é o que fez minha cabeça, na verdade. Programo no repeat UBerlin, Oh My Heart, It Happened Today, Every Day is Yours to Win e Walk it Back.

Sim, deu vontade de ir atrás dos outros. Tem algo ali. E o pior é que sempre me perguntei: como podem gostar tanto de REM?

Juro.

Vou nessa, feriado taí, vou pegar uns dias em Itaipava.

Abração e cuidado com os chocolates,

Constanza

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