quarta-feira, 7 de março de 2012

Mermão,

de volta. Desculpa pelo silêncio. Estava aqui numa correria nas últimas semanas, me dividindo entre o trabalho nº1 e outros projetos. Até lá o meu Som Imaginário está meio de lado. Aliás, você viu que eles - a banda mesmo - estão reunidos? 

Fui fisgado por uma música do Dylan esses dias chamada Changing of the Guards. Ela é do Street-Legal, de 78, e já tem o Dylan dialogando ali com o gospel - tem umas cantoras fazendo backing - e um outro tipo de onda. Ainda não avancei pelo álbum, fiquei preso mesmo na primeira, essa aí, mas o cara tem me fascinando ainda mais, a cada coisa que escuto. Cada disco é um disco, um momento. Aliás, li um texto - não muito novo, de dez anos atrás - daquele historiador, Eduardo Bueno, com uma análise sensacional da carreira do Dylan. Ele vem aí, né? Os preços, claro, lá no alto. Animei no início, mas depois desisti. Estou ainda com aquele Dylan clássico na cabeça.

Devo ir no Duran Duran. E também no Crosby, Stills & Nash.

Sobre a bola que você levantou, vamos lá. Acho que a música perde valor, sim. Não deixa de ser uma música boa, claro, mas a coisa vira uma farsa. E a sensação de ter sido enganado acho que já baixa a bola. O que eu tenho lido por aí, no caso da Lana del Rey, e meio que acho balela é, por exemplo, a coisa do sucesso calculado. Esse papo de que foi tudo programado, montado, com pai que tinha grana, mudança para um nome pomposo etc. Isso aí não me incomoda. Sem falar que Lizzy Grant já era interessante. Isso é visão de marketing, inteligência ali pro negócio e não dá para achar que a música pop, em 2012, caminha distante disso. A música é boa, o disco é bom. Então é o que vale. Po, nós sabemos diferenciar o que é música pop nesse campo da Lana e o que é um The Wall ou os songbooks da Ella. Mas é aquela síndrome indie de que o artista é bom quando está lá num pub de fundos. Não se pode ser grande, fazer sucesso. Fala sério, esse papo é pra quem?

Eu ainda não ouvi, mas estou interessado na menina. Na próxima carta volto com impressões. Li que tem umas cordas, umas coisas assim. Gosto disso.

Tenho ouvido muito Elbow, uma banda britânica da nova geração que tem um vocalista filhote de Peter Gabriel e equilibra muito bem o lado experimental do Radiohead com o pop do Coldplay. Sem contar que os caras manjam muito de canção, sabe? Você escuta a música e vê ali um cuidado com os temas e a construção da música. Eles te dão a impressão que estudaram bem a música de onde vieram - Inglaterra, no caso - e também a canção americana. Sobre a segunda, há uma bela citação a Summertime dando pista num dvd com a orquestra da BBC lançado alguns anos atrás. Tive a sorte de esbarra com show deles em Paris no fim do ano passado e foi mais que nota dez. Se ficar curioso, e quiser experimentar, recomendo o The Seldom Seen Kid, de 2008. Seja versão de estúdio, seja versão com a BBC Orchestra, que é demais. 

Estou na contagem regressiva pro The Wall, começando a tirar a poeira do LP. Comé que surgiu sua coisa com o Floyd? Conta aí pro pessoal que tá em casa entender esse lance.

Abração, 
Zimmerman



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