terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fernando,

Escrevendo rapidinho só para não deixar a peteca cair, mas esta vai curta.

Estou velho demais, e só vi Jeneci, que fez o primeiro show da noite -- e que me surpreendeu positivamente, mas não a ponto de considerá-lo o estouro que todo mundo parece achar. Preconceituosamente, achava que, no palco, ele fizesse o gênero introspectivo, quietão. Qual nada. Claro que não é um Mick Jagger ou uma Ivete Sangalo, mas tem lá sua presença, vai de lá para cá no palco e ataca nuns belos solos de sanfona com um apetite quase -- eu disse quase -- roqueiro. Carismático. E a menina que canta com ele, Laura Lavieri, tem uma voz que é uma graça. Tulipa fez uma breve participação durante o show do Jeneci em uma música dela que eu adoro, Às Vezes, mas saiu e só voltou para a sua própria apresentação. Foi o que eu consegui ver, antes de entregar os pontos e pegar um táxi para casa.

Lana del Rey, o disco está no iPod, mas ainda não parei para escutar direito. Sem comentários por enquanto. É uma farsante, é um Milli Vanilli dos novos tempos? Pode ser, mas eu não sei se me importo. Dá para entrar numa questão quase filosófica aí: a música, sendo boa, perde o seu valor se descobrimos que seu autor é outro que não aquele que imaginávamos? Para voltar ao exemplo mais icônico disso: Girl You Know It's True deixa de ser um hit certeiro, dançante, pegajoso, só porque o Milli Vanilli é uma fraude?

E Mayer? Eu ia, mas tive um imprevisto. Li que foi bom, mas não como da primeira vez.

Roger Waters, quero falar mais dele, mas tenho que encerrar por aqui. Resumidamente, a expectativa, para mim, é de show do ano. Sobre o Floyd, se me permite o conselho, deixe o Final Cut para o final e vá primeiro aos primeiros discos da carreira da banda. Não perca este fio, vamos falar mais de Waters e Floyd, eu retomo na próxima correspondência.

Abrá,

R.

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