sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tex,

Concordo com os diferentes patamares dessa turma dos 80s - e ainda coloco Duran Duran aí num nível acima do A-ha e um pouco abaixo dos Tears for Fears. Tem duas coisas no TFF que me conquistam de cara: a coisa Beatles descarada e uma onda progressiva, sabe? Música com parte C lá no final, do nada. Isso me fisga, cinco minutos de música, já rolou tudo e os caras metem uma surpresinha, um vocal novo, sei lá. Isso é demais. A turma do Depeche eu não conheço. Mas tô contigo nessa parada. E isso me leva à Sade, que também tá pela área. Entre as coisas que minha mãe ouvia estavam os discos dela. Acabei indo no youtube ontem relembrar uns hits e passei por Still in Love With You, que é a música do dia, já perdi a conta de quantas execuções. Que charme. Que voz. Que coisa. E não só a dela - que saiu numa coletânea recente - como a original do Thin Lizzy. 

Pato Fu não faz minha cabeça. Quanto ao projeto com instrumentos de brinquedo, não sei, é bom mesmo? Quando começou a pipocar coisas sobre o disco eu assisti um vídeo de Live and Let Die e, sinceramente, minha reação foi algo como: o Paul tá sabendo disso? No sentido de...bom, você sabe.

Mas diga lá, merece uma segunda chance?

Então, assunto da semana: Bob Dylan. Fim de semana passado, The Basement Tapes fez total sentido. Entrei de cabeça no disco, escutei sei lá quantas vezes desde domingo. Ele é daqueles gigantes que a gente, cedo ou tarde, alcança. Foi nocaute: The Band por trás com as harmonias vocais e aquele instrumental, Dylan à frente com aquelas canções e cantando diferente, assumindo outra persona. Fora as canções do The Band que entraram no meio. O que é Bessie Smith? Uou. Você tem intimidade com esse disco?

Volto ao R.E.M depois que ouvir aqueles discos do início da década de 90. Chego lá.

E o Floyd? Escutei o Animals, da edição nova. Gostei muito. Taí um álbum que eu nunca tinha parado para ouvir deles. Quero comprar o Dark Side, Wish You We Here, Animals e The Wall, dessas edições novas. Nem a Immersion, nem a Discovery, mas a Experience.

Abração, 

Neuma

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Velhão,

Cabou o RiR, graças a Deus. Concordo contigo, música é o assunto dominante por quinze dias, e isso é bom, mas... toda onipresença cansa (vide Shimbalaiê). Vi uma coisa ou outra do festival, mas não perdi meu sono por nada. Stevie Wonder, por exemplo, vi uma bons pedaços, mas só na reprise -- e o cara realmente é ótimo, como se eu precisasse dizer isso (aliás, o que deu no UOL pra publicar aquela resenha?). Jamiroquai é bacaninha, mas é a tal história: depois da terceira ou quarta música, tudo começa a soar igual. Mike Patton, já falamos, foi ótimo, acima da média. Elton John é sempre Elton John, mas concordo com o Medina, acho que ele foi comedido. Deve ter havido alguma coisa ou outra que eu esteja esquecendo, mas, noves fora, foi isso que me atraiu. Sei lá, é pouco para um festival de sete dias. Não sei se o problema é com o RiR ou comigo -- ou com ambos. Até 2013.

Direto para o fim da sua correspondência anterior: sim, R.E.M. saiu por cima, e acho que já disse que eles só não terminaram antes justamente porque queriam sair por cima. Imagina, encerrar a banda depois de Around the Sun. Ia ficar aquela impressão de "é, eles já estavam na pior, mesmo, foi bom ter terminado", mas não -- os caras ainda encontraram fôlego para duas pérolas: Accelerate e Collapse into Now. Olhando agora, ainda vejo uma certa simbologia bacana (embora não saiba se intencional) nos nomes dos dois últimos álbuns. Acelerando depois de um disco mal recebido, e entrando em colapso no agora, significando o fim. Viagem minha?

Tears for Fears foi bacana? Dado o que li no Som Imaginário, parece que sim. Andei pensando na banda esses dias, e cada vez mais me dou conta do quão acima da média ela estava considerando os hitmakers dos anos 80. Acho que há gente daquele tempo que talvez percebêssemos só como um pop grudento como qualquer outro, depois virou meio cafona ser flagrado escutando, envelheceu como um bom vinho e, hoje, olhando em retrospectiva, deixa transparecer uma certa sofisticação que não percebíamos tanto (pelo menos EU não percebia). Tipo Tears for Fears. Tipo Simply Red, Depeche Mode. Tipo outros que não me lembro agora. Durante um tempo, todos me pareceram andar de mãos dadas, digamos, com A-ha. Depois de crescido, vejo que estão em patamares diferentes.

Correndo aqui, finalizo com uma deixa que comento mais alongadamente depois: comprei o DVD do show Música de Brinquedo, do Pato Fu. Chegou a ouvir o disco de estúdio? Gosta da banda?

Abração,

R.